data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Felipe Backes (Diário)
Desde 13 de abril, o santa-mariense que procura a vacina da gripe nas clínicas particulares não encontra doses à venda. Uma das causas da falta é uma procura fora do normal desde o anúncio da pandemia do novo coronavírus. É que, apesar de não proteger contra a Covid-19, a imunização blinda o usuário de complicações respiratórias graves causadas pelo vírus Influenza. Conforme o relato dos profissionais dos estabelecimentos privados, outra justificativa dos fornecedores para a falta das vacinas é a diminuição da malha aérea.
A vacina contra gripe comercializada na rede privada, a Influenza Tetravalente, protege contra duas cepas da Influenza A (H1N1 e H3N2) e duas cepas da Influenza B, de acordo com o vírus circulante no ano anterior. Em Santa Maria os preços variavam entre R$ 110 e R$ 130.
A última empresa que chegou a oferecer doses foi a Multivacin. Mesmo assim, as vacinas acabaram em pouco mais de um dia. A clínica não tem mais doses e não tem previsão de receber outros lotes.
Com adaptações, Campanha do Agasalho da UFSM começa arrecadação
A rede de farmácias Panvel chegou a vender a Tetravalente quando começou a Campanha Nacional de Vacinação Contra Gripe, em 23 de março, mas, no início de abril, anunciou que não venderia mais as doses. Conforme a enfermeira responsável da Vivacin, Giovana Alegranzi da Costa, a clínica também não deve receber mais lotes este ano.
- Desde que começamos a comercializar a vacina da gripe, há seis anos, geralmente há sobra de doses. Ano passado aplicamos doses gratuitas em entidades beneficentes e ainda sobraram cerca de 90 (doses). Os laboratórios produzem uma quantidade condizente com o ano anterior. Este ano é atípico - explica a enfermeira.
A Imunne também informou que não tem a Influenza Tetravalente e não tem previsão de receber.
REDE PÚBLICA
Na rede pública, a vacina utilizada é a chamada Influenza Trivalente, para prevenção da Influenza A (H1N1 e H3N2) e Influenza Tipo B (Victoria). A Campanha Nacional de Vacinação Contra Gripe pelo Ministério da Saúde está na terceira fase. A etapa atual começou nesta segunda-feira e segue até 5 de junho. O público-alvo são professores e adultos de 55 a 59 anos. Em Santa Maria, 13 mil doses foram disponibilizadas em 24 pontos de vacinação.
As fases anteriores incluíram pessoas com mais de 60 anos, trabalhadores da área da saúde, pessoas com doenças crônicas, população carcerária, caminhoneiros, indígenas, profissionais das forças de segurança e salvamento, pessoas com deficiência, crianças a partir de seis meses e menores de seis anos, professores, gestantes e puérperas. Como a campanha é acumulativa, os integrantes dos grupos vacinados anteriormente também podem ir às unidades de saúde para se vacinar.
DEMANDA PARA DENGUE É PEQUENA
Mesmo com o anúncio de surto de dengue e zika pela prefeitura, pouca gente procurou pela vacina da dengue, que só é oferecida na rede particular. Conforme as clínicas locais, a vacina não está à venda justamente por falta de demanda. A imunização só pode feita no indivíduo que tenha tido a doença anteriormente. Neste caso, ela protege o usuário de outras sorologias.
De acordo com Franciele Ferrão da Rosa, enfermeira responsável pela Mulivacin, a clínica chegou a comercializar a vacina da dengue há três anos, mas, como não houve mais procura de clientes, deixou de ofertar. Na época, cada dose custava R$ 270.
A Vivacin também chegou a comercializar a vacina há cerca de três anos, mas aplicou só cerca de cinco doses na época. Segundo a enfermeira responsável, não há doses em estoque, mas a clínica pode encomendar, a pedido do cliente.
Conforme o médico infectologista, membro do conselho administrativo da Unimed e professor da Universidade Franciscana (UFN) Thiego Teixeira Cavalheiro, a vacina contém o vírus vivo atenuado de dengue. O esquema é composto por três doses com intervalo de seis meses. A imunização foi estudada para a população compreendida de 9 até 45 anos, que não tenha problemas de imunidade.
- Pelo nosso histórico da doença recente em nossa realidade geográfica, a vacina não está indicada para a população geral neste momento - avalia o médico.